Olá orbitantes.
Devo admitir que estou sem tempo para ler ultimamente, sendo que em janeiro li apenas quatro livros. Mas favoritei dois deles e avaliei com cinco estrelas os outros dois, então foi um mês maravilhoso em termos de qualidade.
Um dos livros que li em janeiro e favoritei foi O silêncio das águas. Honestamente estou apaixonada e encantada pela história, por isso decidi trazer esse livro para a coluna 5 x 5, para dar a vocês bons motivos para ler essa linda obra e para acrescentar os quotes que não consegui incluir na resenha. Bora lá?
1. A simbologia por trás da mudez da Maggie
No livro, a Maggie, personagem principal, sofre um trauma que faz com que ela tenha ataques de pânico que a impedem de falar e sair de casa durante anos. E, além de abordar um assunto sério que é a questão dos ataques de pânico, eu achei muito legal a simbologia por trás da mudez da personagem. Acho (minha interpretação) que o livro tratou muito da jornada da personagem para encontrar a própria voz.
Às vezes nos sentimos tão pequenos e insignificantes em um mundo tão grande. Às vezes achamos que o que sentimos e pensamos não tem importância, que nada que façamos vai fazer diferença, que nossa voz nunca será ouvida… E aí vem esse livro e nos lembra que sim, todos temos voz, todos somos importantes e merecemos ser ouvidos. Não sei se estou conseguindo passar a grandeza e a importância dessa mensagem através das minhas palavras, mas garanto que você vai entender se ler o livro. Vale muito a pena.
2. Os assuntos sérios abordados
A autora trabalha muito bem assuntos importantes como agressão doméstica e os males que a culpa pode causar.
Em relação à culpa, três personagens sentiram-se culpados pelo trauma que a Maggie vivenciou: a mãe dela, a Sra. Boone e o Brooks. E cada um deles lidou de forma diferente em relação a essa culpa e essa forma de lidar com a culpa afetou de maneiras diferentes a relação que cada um deles tinha com a Maggie. Foi algo muito interessante de acompanhar, mas não posso me aprofundar mais sem acabar soltando spoiler.
3. A maneira que o romance se desenvolveu
O romance nesse livro foi trabalhado de uma forma muito doce e pura. Tudo começou com uma amizade que foi se desenvolvendo aos poucos, nada forçado ou que tenha acontecido de repente. Sabe quando você lê um livro e se apaixona pelo mocinho e quer um daqueles para você? Nesse livro isso não acontece. Ou não aconteceu comigo, pelo menos. Eu achei o mocinho perfeito, mas só consigo imaginá-lo com a Maggie, porque ele é perfeito com ela.
4. As relações familiares
Eu mencionei na resenha que amei a maneira realista como as relações familiares foram abordadas. Mas aqui eu quero dar destaque ao pai da Maggie. A forma como ele apoiou a filha e soube ajudá-la depois do trauma sem pressioná-la e sem culpá-la foi uma coisa deliciosa de se acompanhar. Sem contar que ele adotou os dois filhos da Katie (com quem ele se casou quando a Maggie tinha 6 anos) e nunca fez distinção entre os três filhos. Realmente um personagem e um relacionamento pai e filha de respeito.
5. As relações de amizade
O Calvin, irmão da Maggie, é o melhor amigo do Brooks desde que os dois eram crianças. Com o tempo mais dois garotos entraram para o grupo e TODOS ficaram muito amigos da Maggie e deram apoio a ela em todos os momentos. Sabe aquele tipo de amizade que quando um está com problemas todos largam tudo que estão fazendo e correm atrás de fazer o possível para ajudar? É exatamente assim a amizade deles e adorei acompanhar isso durante a leitura.
Quotes:
“Ela se apóia no meio peito quando a chuva começa a cair. Parece tão frágil, sem destino, as paredes fazem-na se retrair. Ela implora por um momento em que possa respirar. Em que sua alma dolorida e silenciosa possa se alegrar. Serei a sua ancora. Vou te abraçar nas noites difíceis. Vou ser o seu porto seguro nas marés solitárias e escuras. Serei o seu apoio, a sua luz, prometo que bem você vai ficar. Serei a sua ancora, e juntos vamos ver essa batalha acabar. (letra de uma música que o mocinho escreveu para a Maggie)”